
Ironicamente, Gard cita a noção de que os jogadores gostavam de “proteger” Lara, algo que deixou muita gente incomodada no início deste ano, quando o produtor executivo doTomb Raider atual disse algo bastante semelhante.
Mas isso é, de certa forma, OK. Gard não está falando de 2012, ele está falando sobre o processo de testar e observar o primeiro Tomb Raider, que foi lançado em 1996 para um mercado tão diferente que poderia muito bem ter sido o de 1896. Ele também está discutindo o conceito em termos mais gerais, como eles se relacionam com uma personagem em terceira pessoa, e não especificamente com uma personagem mulher.
Mas o que vem depois é um pouco mais perturbador: Gard diz que os desenvolvedores logo notaram uma “coisa muito estranha” quando as pessoas estavam jogando com a Larinha: “eles adoravam matá-la”.
Gard diz que sentia que matar Lara várias vezes, das formas mais inventivas possíveis, dava aos jogadores – presumivelmente quase exclusivamente do sexo masculino – um senso de “poder” sobre ela, amplificado pelo fato de que ela era uma personagem “muito forte” e “super durona” . Gard vai ainda mais longe ao dizer que isso deixou os jogadores com um “complexo de deus”.
Agora, ele nunca diz explicitamente que os jogadores curtiam matá-la porque ela era do sexo feminino. Mas o título da entrevista (“jogando com uma personagem feminina”) e o fato de ele trazer à tona a “personalidade forte” de Lara – apesar de uma longa história de jogar outros games em terceira pessoa – com certeza faz parecer que isso é o que ele está inferindo.
Eu me pergunto se os desenvolvedores já pensaram sobre isso. São só os jogadores do sexo masculino praticando algumas fantasias de poder bizarras? Ou será que a equipe simplesmente fez um excelente jogo de plataformas que convidava os jogadores – independentemente do sexo – a encontrar… maneiras gratificantes de matar sua protagonista?
A entrevista completa (em vídeo, em inglês) está publicada no Critical Path.
Matéria originalmente publicada pelo site Kotaku.
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