Site entrevista Toby Gard, criador de Lara Croft

27.7.12
O site Critical Path traz uma entrevista interessante com Toby Gard, criador de Tomb Raider. Ele nos lembra que, apesar de toda a fama que a série ganhou por representar uma personagem feminina forte, um monte de marmanjos gostava de jogar como mulher pelas razões mais erradas – como matar Lara Croft de todas as maneiras possíveis.

Ironicamente, Gard cita a noção de que os jogadores gostavam de “proteger” Lara, algo que deixou muita gente incomodada no início deste ano, quando o produtor executivo doTomb Raider atual disse algo bastante semelhante.

Mas isso é, de certa forma, OK. Gard não está falando de 2012, ele está falando sobre o processo de testar e observar o primeiro Tomb Raider, que foi lançado em 1996 para um mercado tão diferente que poderia muito bem ter sido o de 1896. Ele também está discutindo o conceito em termos mais gerais, como eles se relacionam com uma personagem em terceira pessoa, e não especificamente com uma personagem mulher.

Mas o que vem depois é um pouco mais perturbador: Gard diz que os desenvolvedores logo notaram uma “coisa muito estranha” quando as pessoas estavam jogando com a Larinha: “eles adoravam matá-la”.

Gard diz que sentia que matar Lara várias vezes, das formas mais inventivas possíveis, dava aos jogadores – presumivelmente quase exclusivamente do sexo masculino – um senso de “poder” sobre ela, amplificado pelo fato de que ela era uma personagem “muito forte” e “super durona” . Gard vai ainda mais longe ao dizer que isso deixou os jogadores com um “complexo de deus”.

Agora, ele nunca diz explicitamente que os jogadores curtiam matá-la porque ela era do sexo feminino. Mas o título da entrevista (“jogando com uma personagem feminina”) e o fato de ele trazer à tona a “personalidade forte” de Lara – apesar de uma longa história de jogar outros games em terceira pessoa – com certeza faz parecer que isso é o que ele está inferindo.

Parte da linguagem utilizada no vídeo acima mostra que Gard não estaria muito longe da realidade com sua teoria.

Eu me pergunto se os desenvolvedores já pensaram sobre isso. São só os jogadores do sexo masculino praticando algumas fantasias de poder bizarras? Ou será que a equipe simplesmente fez um excelente jogo de plataformas que convidava os jogadores – independentemente do sexo – a encontrar… maneiras gratificantes de matar sua protagonista?

A entrevista completa (em vídeo, em inglês) está publicada no Critical Path.

Matéria originalmente publicada pelo site Kotaku.

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